domingo, 29 de setembro de 2013

Cleo Pires: Procuro um amor para sempre




Cleo Pires é daquele tipo de mulher que não precisa fazer o menor esforço para ser sexy. A filha de Gloria Pires e Fábio Jr. consegue ser sensual enquanto segura uma xícara de café e a leva até a boca ou desliza os dedos em seu celular touch screen. É algo espontâneo.

 “Escuto essa questão da sensualidade há muito tempo. Deve ser uma coisa boa, né? A sensualidade não tem a ver com estar arrumada ou ser bonita. Sai de você. Acho que muito vem do meu pai e da minha mãe. Ela é uma mulher muito sensual, mas se defende disso não sei exatamente por quê”, avalia a atriz, que interpreta Ana Terra em ‘O Tempo e o Vento’ — que acaba de estrear nos cinemas —, papel de sua mãe na minissérie homônima, exibida pela Globo em 1985.

Não é sempre, no entanto, que Cleo concorda com os elogios atribuídos a ela. “Todo mundo se sente ridícula às vezes”, acredita. Longe dos flashes, ela conta que é bem diferente. “Sou muito prega, meio ‘apatetada’ (risos). Quando estou jogada no sofá, assistindo a um filme, comendo brigadeiro, não me sinto nada sensual. Fazendo fotos ou dando entrevista, há uma sensualidade envolvida. Você está tentando aprofundar o assunto, se expressar da melhor forma. E, nas fotos, você sempre busca o melhor ângulo”, despista.

Cleo assume, porém, que sua personalidade forte e seu jeito despachado lhe garantem papéis de mulheres com características parecidas com as suas. “E eu gosto disso, sabia? Essa espécie de individualismo, o ser humano por quem ele é realmente, e não por quem está à sua volta. Meu foco nos personagens é muito assim. Me atrai. A Lurdinha (‘América’, 2005) era bastante ousada. A Letícia, de ‘Cobras e Lagartos’, (2006) demonstrava ser muito forte. A Margarida (‘Ciranda de Pedra’, 2008), por sua vez, era sóbria e madura para a idade dela. E, agora, a Ana Terra”, orgulha-se.


O papel de ‘O Tempo e o Vento’ mexeu muito com a cabeça da atriz. Ela até chegou a recusar o primeiro convite feito pelo diretor Jayme Monjardim. “Vi minha mãe sendo estuprada na TV. Aquilo me chocou muito, ficou muito mal resolvido dentro de mim. Carreguei isso por muitos anos sem ninguém saber. Por isso, rejeitei. Mas, quando me dei conta de que era uma sensação emocional imatura e congelada, fácil de transformar, aceitei. Até porque a personagem é demais”, diz. Gloria, segundo Cleo, “achou tudo lindo” em relação à atuação da filha. “Mas mãe sempre vai achar lindo, né?”, reconhece.


Maternidade
Aos 30 anos, Cleo Pires tem se surpreendido consigo mesma. Mais madura, ela tem pensado seriamente em ser mãe. “Quando eu achava que não queria, na verdade eu queria. Só estava me defendendo do jeito que eu podia. Sempre tive muito medo de ser mãe, de não conseguir fazer com que ele (o filho) se sentisse amado e apreciado por sua existência”.

O medo de ser mãe tem a ver com o que foi vivenciado por ela na infância, apesar de muitos acharem que a família da atriz é digna de comercial de margarina. “Não é bem assim. Minha mãe se separou do meu pai, eles sofreram muito. Com certeza, ela fez tudo o que podia, é lógico que me ama mais do que tudo na vida, mas a forma de manifestar esse amor para uma criança que não racionaliza as coisas, que é só emoção, me deixou com buracos emocionais”, desabafa.

A relação com Fábio Jr. hoje ainda não é tão próxima. “A gente se fala menos do que quando eu era mais nova. Mas, quando a gente se encontra, percebo muito mais amor e apreciação. Tínhamos uma relação muito mal resolvida, me machucava ficar perto dele”, diz.

Namoro

Se com o pai os encontros são esporádicos, com Rômulo Neto, seu ‘amigo colorido’ desde o início deste ano, a troca é cada vez mais intensa. “Não identifico nossa relação como um namoro e, sim, como uma relação de amor profundo, parceria, desejo e inúmeras identificações. Acho namoro uma coisa pobre”.
Apaixonada, Cleo diz sentir cada vez mais vontade de juntar suas escovas de dente com as de Rômulo. “A gente se ama, né? É natural querer cada vez mais participar da vida um do outro, acelerar e evoluir junto.

Não é uma coisa de marcar data, mas existe um desejo”, confessa a atriz, expondo seu lado romântico. “Acredito e busco o amor eterno. Minha busca por amadurecimento vai muito por aí. Uma relação sem paixão não dura. Adoro a ideia de ter aquela alma gêmea, daquela pessoa que vai pegar na sua mão durante a vida inteira. Mas sei que existe um processo árduo, não é um conto de fadas”, pondera.

'Lutei para ter a Cleo no elenco'

“A Cleo Pires é a melhor Ana Terra que eu poderia ter no filme. Não a escolhi por ser filha da Gloria Pires nem esperava que ela buscasse referências na interpretação da mãe na minissérie. Lutei para ter a Cleo no elenco porque ela tem a força e a liberdade da Ana Terra, uma personagem tão marcante. Era esse o resultado que eu queria: verdadeiro, pulsante, apaixonado. É uma linda Ana Terra!”, avalia Jayme Monjardim, diretor de ‘O Tempo e o Vento’, que não desistiu fácil da atriz após a recusa inicial ao convite.

O longa conta a história da família Terra Cambará, principal inimiga da família Amaral. Sob o ponto de vista da luta entre essas famílias, é mostrada a formação do Rio Grande do Sul, a povoação do território brasileiro e o controle de suas fronteiras.
 
A centenária Bibiana Terra (Fernanda Montenegro), neta de Ana Terra, narra os acontecimentos ao lado do capitão Rodrigo (Thiago Lacerda), seu falecido marido, com quem viveu uma intensa história de amor, contrariando sua família. Já morto, Rodrigo surge jovem para Bibiana, como se o tempo não tivesse passado.

Fonte:IG

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