O Senado elegeu nesta sexta-feira (1º) por 56 votos Renan
Calheiros (PMDB-AL) presidente da Casa para o biênio 2013-2014. O
peemedebista teve o apoio da maioria dos partidos da base aliada e
venceu Pedro Taques (PDT-MT), que representava o grupo de independentes e
obteve 18 votos. Foram dois votos nulos e dois em branco
Na sessão que o elegeu, Renan tentou ignorar as denúncias
de corrupção contra ele e os ataques implícitos no discurso de seu
opositor. O peemedebista optou por usar todo tempo de sua fala para
apresentar propostas de transparência e maior agilidade administrativa
para a Caso.
O senador aproveitou também para afagar a imprensa,
prometendo barrar propostas que atentem contra a liberdade de expressão,
e às mulheres, propondo a criação Senado de uma procuradoria da Mulher. Agência Senado
Renan (c) volta a comandar o Senado cinco anos após renunciar à presidência
Renan só não ignorou solenemente as questões éticas
porque decidiu, ao final da parte escrita de seu discurso, improvisar
algumas palavras sobre a aprovação da Lei da Ficha Limpa.
Ao falar depois do discurso do senador Pedro Taques,
Renan formulou a ideia da ética como uma obrigação dos políticos.
“Alguns aqui falaram sobre ética e seria até injusto com este Senado
Federal, que aprovou celeremente, como nunca tão rapidamente outra
matéria tramitou aqui, a Lei da Ficha Limpa, demonstrando sobejamente
que esse é o compromisso de todos nós”, disse Renan.
“A ética não é o objetivo em si mesmo. O objetivo em si
mesmo é o Brasil, é o interesse nacional. A ética é meio, não é fim; a
ética é obrigação de todos nós, é responsabilidade de todos nós e é
dever deste Senado Federal”, disse Renan.
Em denúncia apresentada pelo procurador geral da
República, Roberto Gurgel, de ter praticado os crimes de peculato,
falsidade ideológica e utilização de documentos falsos, quando teve que
explicar a acusação de ter a pensão de sua filha, com a jornalista
Mônica Veloso, pagas por um lobista da empreiteira Mendes Júnior.
Adotando um tom irônico, o senador Pedro Taques se
apresentou como um “perdedor”. “Eu, senhor presidente, anunciado
perdedor, comprometo-me, perante meus pares e perante todo o País, a
impugnar esses exageros do Poder Executivo. Será que o anunciado
vencedor pode fazer idêntica promessa?”, iniciou Taques, que ao longo de
sua fala chegou a se comparar com ilustres personagens da história que
também enfrentaram derrotas, como Ulisses Guimarães e Darcy Ribeiro.
“Os derrotados de um dia vencem noutro. Maiorias se
tornam minorias. Mas a dignidade, senhores senadores, jamais esmorece.
Nós, os que vamos perder, saudamos todos, com a dignidade intacta e o
coração efusivo de esperança”, disse Taques
Taques citou os pedidos que circularam na internet
contrários à eleição de Renan Calheiros. “Esta candidatura é daqueles
que nunca tiveram voz nesta Casa, é dos mais de 300 mil brasileiros que
assinaram a petição eletrônica”, destacou.
Cético em relação a uma mudança na intenção do Senado de
eleger Renan, o senador Pedro Taques também acusou os colegas de estarem
imersos em um silêncio diante das denúncias. “Eu peço o voto de cada
Senador e peço silêncio aos senhores. Ouçam este silêncio. Este silêncio
é o silêncio do covarde, é o silêncio daquele que tem medo. Sintam este
silêncio. Este é o silêncio de quem aceita, de quem não resiste”.
0 comentários:
Postar um comentário